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O Boticário. Polêmica de sucesso?

  • Foto do escritor: Caio Magalhães
    Caio Magalhães
  • 8 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

De certo, você acompanhou a polêmica que causou a recente campanha da Boticário para o dia dos namorados. Seria só mais um comercial comum no mês de junho, com abraços, carinhos e sorrisos, sem nem ao menos um beijo. Seria comum, se não fossem casais gays. Continuaria sendo uma propaganda comum, como várias outras em todo o mundo que já utilizaram casais gays em suas peças. Mas a propaganda do Boticário, não pode ser considerada comum, pois essa sofreu ataques nas redes sociais, como ofensiva aos princípios da família brasileira. E houve até mesmo, ameaça de um boicote a marca.

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Chega a ser inacreditável e temerário pensar em uma população que deixa de utilizar alguma marca simplesmente por não concordar com a mensagem veiculada. Mais surreal ainda, é essa ação ser pautada em preconceito sobre a sexualidade das personagens da peça. Talvez não estejamos preparados intelectualmente para discutir um dos temas mais simples do mundo. Talvez você tenha se surpreendido com esse possível boicote. Mas talvez, alguém já o esperasse, O Boticário.

Isso mesmo, segundo especialistas em publicidade e comunicação, O Boticário conseguirá fidelizar uma boa fatia de seu público, e não sofrerá com o tal boicote. Veja o que falou o professor de Ciências Sociais e do Consumo da ESPM-SP, Fabio Mariano para o Jornal Zero Hora:

— O evangélico é fragmentado. Não se deve definir por uma facção (a de Malafaia) um grupo que é composto por várias igrejas. Posso listar uma infinidade de ramificações que não concordam com ele, como as igrejas batista, presbiteriana, metodista, Renascer em Cristo...

[...] O efeito (do boicote) foi o contrário. O Boticário deve estar satisfeitíssimo, nadando em braçadas. A partir do início dessa discussão, quem ficou mal foram os conservadores.

A publicitária Gisele Rebelo, diretora da agência Mustache, concorda:

— No caso d'O Boticário, é explícito o posicionamento da marca para com a diversidade dos amores, das paixões. E nesta data publicitária em questão, uma das mais importantes do mercado, é visível que a marca ousou ao posicionar-se em relação a clientes conservadores, mas fidelizou uma fatia de mercado culturalmente mais agregadora e não preconceituosa.

Agora, nos resta acompanhar os próximos capítulos, a decisão do Conar e os próximos comerciais da empresa. Como ressalta o especialista em marketing Roger Estanieski:

— Minha opinião é de que O Boticário tenta se aproximar de uma parcela levemente diferente de seu consumidor médio e assumiu um risco calculado. Porém, eu daria um braço para ver como se comporta o market share no próximo mês. Minha previsão é de que, se fincar o pé nessa posição, O Boticário possa colher os louros.

Veja o comercial:

 
 
 

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